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Faz sentido falar em fascismo no atual Governo?

Faz sentido falar em fascismo no atual Governo? No 13 de abril compartilhei um trecho final do Julgamento de Nuremberg (Stanley Kramer, 1961). O filme é uma interpretação do Tribunal Militar Internacional, que julgou proeminentes figuras políticas e militares da Alemanha Nazista. Ao final do filme[1], conversam dois juízes: o condenado Janning (ex juiz do Regime Nazista) e o magistrado Haywood, que assumira a tarefa de conduzir o julgamento histórico. Janning, o condenado, convida o juiz Haywood a sua cela para dizer-lhe que “aquelas pessoas, todas aqueles milhões de pessoas: eu nunca imaginei que chegaria àquele ponto”. A resposta de Haywood fecha o filme: ele replica que “Herr Janning, chegou àquele ponto quando você condenou o primeiro inocente à morte”. Nesse ponto o filme trata sobre um aspecto abordado por Albert Camus na “Peste”, e por Ingmar Bergman no “Ovo da Serpente”[2], que tornou-se símbolo do fascismo como um vírus dormente, ou como um “réptil perfeito sob a fina película do ovo” apenas aguardando o momento de nascer. O fascismo não é horrível só quando institucionalizado — em forma da supressão de direitos, da autocracia, da perseguição ideológica, declarados e a nível nacional, ou quando totalmente instalado como ao final da Segunda Guerra: é asqueroso já dentro do ovo, em seu aspecto nascente — como foram algum dia nascentes todos os regimes — já na permissividade do desrespeito à dignidade humana como discurso aceitável, replicável, não condenado. Falar em fascismo faz sentido na oposição ao atual Governo, e já fazia antes dos portadores de suas ideologias constituírem-se em seus cargos. Fazia sentido antes da crise política, quando se acirraram os ataques às Instituições, mas já fazia sentido também na absoluta insensibilidade para com os vulneráveis, os descartáveis da Pandemia — e nesse grupo entra uma maioria de cidadãos desassistidos por políticas de proteção social que viabilizem a guarda da quarentena. Com a escalada da crise política — marcada pela divergência com o Ministro da Justiça, e a consequente necessidade do Presidente de atacar o Judiciário que pode dar fim à vida política do seu sobrenome — os discursos e movimentos contra Legislativo e Judiciário recrudesceram. Nesse momento a resposta popular organizou-se em torno do Antifascismo. Mas o fascismo sempre esteve presente na ideologia desse Governo, e como dito anteriormente, já era repugnante: primeiro, no culto ao Regime Militar como governo permissivo à violência contra o opositor; no desejo de que se organize a perseguição da oposição como inimiga do povo, e nessa perseguição organizada tome parte o próprio povo, e de preferência dotado de força letal, armado, municiado; segundo, na paranoia de que o Estado, centrado no Executivo autônomo (“a Constituição sou eu”), precisa reforçar sua religiosidade e retomar a tradição; que as fronteiras do Estado-Nação são ameaçadas pelos interesses de minorias endógenas (ou melhor, minorias de cidadãos legitimamente brasileiros) e que há uma conspiração mundial contra nós; no paradigma antidemocrático do “contra tudo e contra todos”, do nós contra eles; no desprezo pela ciência e na ideologia anti-ideológica, simplificadora e exacerbadamente simplificada pela exclusão do que não me interessa, de um governo que necessita ser “prático” e menos “romantizado” para caber no que é meu, já que o Estado é minha apropriação e validação; terceiro, pelo discurso de centralização do poder que conjuga um discurso anti establishment: anti Instituições, mas com um Governo absoluto, capaz de fechar o Congresso, o STF; quarto, e mais importante na crise epidêmica, pela incapacidade de empatia e de solidariedade para com os vulneráveis, independente da dimensão da parcela do povo em vulnerabilidade — como se tem sistematicamente pregado no desprezo aos grupos de risco (os mais velhos, aqueles com comorbidades, os eugenicamente desfavorecidos): a Pátria pede o sacrifício desses, para que heroicamente o outros possam trabalhar. Por último (mas não por fim, porque não me proponho a esgotar os exemplos), como composição dos elementos citados, está o populismo de almanaque, marcado por teorias conspiratórias de analfabetismo geopolítico, antielitismo e vitimização frente à “velha política” que torna ingovernável o país e a consequente urgência de reformá-la, sem saber exatamente como ou porquê. Esse populismo floresce justamente nas sociedades frustradas com o desempenho econômico, e de retração do trabalho ou com o avanço de uma informalidade predatória, indiferente às seguranças do trabalhador. Dessa frustração econômica vinha a proposta mais central do Governo: a solução da questão econômica através da pasta redentora do Ministério da Economia, através da qual “o Brasil vai surpreender o mundo mais uma vez”, nas palavras do Ministro da Economia. E de fato tem surpreendido: incapaz de dar novo rumo à estratégia econômica, preferiu-se politizar a doença, e sobre ela imprimiram-se muitos dos signos fascistas e populistas citados: a rejeição à ciência (pelo negacionismo, pela rejeição ao isolamento, pela promoção de curas duvidosas); a paranoia conspiratória do “vírus chinês” que nos ataca; a oposição como portadora da crise sanitária; a morte justificada por um motivo maior e fantasiada de inevitável (e novamente não busco esgotar os exemplos). E qual foi a consequência de uma polarização sem vistas à preservação sanitária? O “ovo da serpente”, que já era mal que bastasse, eclodiu — dentre outras formas — na forma de liderança mundial de contágios diários. Se o câncer é o arquétipo dos males mortais, penosos e incuráveis, surgiu um concorrente em território nacional, que não mata 615 indivíduos ao dia[3], mas passa dos 1200[4]. O tom político da pandemia, a opção pela iniciativa legislativa débil, e mais grave, a deterioração ativa da consciência pela preservação da vida desde o primeiro pronunciamento oficial Presidencial não foram frutos de delírio, desinformação ou “burrice”. Não podemos esquecer que o núcleo duro do Governo (e por quem governa, como portador dos vícios fascistas) é a pequena burguesia, dos comércios, avessa à política e ao establishment, e que vem acirrando sua hostilidade em vista do derretimento da figura política antes respeitável por quem “pôs a mão no fogo”, e pelo arroxo de contas que chegam por baixo de portas fechadas. No entanto, também por eles a iniciativa governamental é pobre: a reabertura a todo custo vem sem medidas assertivas de acesso ao crédito e alongamento de períodos de carência para o comerciante (“não salvaremos negócios pequenininhos”, onde mais da metade do emprego nacional está, e que se dizia ser prioridade junto à vida), e sem medidas amplas e ágeis de acesso à proteção social para o consumidor. Por decisões a nível municipal, diversas cidades reabriram o comércio com restrições no primeiro dia de Junho — antes de um sinal de redução de casos, com índices elevados de contaminação e/ou sem capacidade hospitalar. É assim que um povo é feito fascista por um governo fascista, tomando parte da responsabilidade pelo crescimento da morte, agindo em negação e dialeticamente pensando em negação, tomando parte no raciocínio discursivo de que havemos de arriscar-nos “pela economia”. No que tange a economia, o agravamento sanitário de uma reabertura pode comprometer a sustentabilidade jurídica ou mesmo governamental da abertura: recua-se novamente (como já aconteceu anteriormente a níveis municipais). E se não se recua, se reafirma coletivamente no grotesco da indiferença com a mortalidade evitável, engendrando uma crise de escalada epidêmica e hospitalar, social, econômica, política e de consequências tão impensáveis quanto era impensável, há um mês atrás: um Ministério da Saúde sem Ministro, uma reabertura sem liderança nacional, uma perda diária de mil e duzentas almas e o nosso alheamento a tudo isso. Falar em fascismo, ainda que esse fascismo não esteja estabelecido em sua forma madura, é compreender a crise da sustentabilidade política, as prioridades estratégicas, a gestão da pandemia, e principalmente constatar a crise sistêmica assumida de nossa empatia.

[2]https://www.youtube.com/watch?v=2g8xMtItTFk&list=PLWd0nKTiaKTGrGj-HQLpv553dlkSfjQWn

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